Escola Politecnica Joaquim Venâncio / Fiocruz

Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial

Saúde mental e economia solidária na perspectiva de promoção e integração socioeconômica

O projeto supracitado constituiu-se como instrumento de transformação e troca de experiências, conseguindo acolher, incentivar e integrar usuários e familiares, oferecendo esse cuidado diferenciado para o convívio social e inovação em um viés de igualdade, melhorando de forma gradativa e significativa a qualidade de vida, superando a fragmentação de vulnerabilidades e assegurando direito a saúde.
São Domingos do Araguaia - PA
  • Campo do Saber
  • Campo de Prática
  • Público Alvo
Autores: 
Elenilda Gomes Vieira Alves de Souza, Caliane Pereira Lima, Kaio Felipe Jorge Abadia
elenilda2009@bol.com.br
Instituições vinculadas: 
Centro de Atenção Psicossocial CAPS
Resumo afetivo: 

Desenvolver o projeto em questão é um imenso prazer, apesar de repletos de desafios, mas intenso em conquista durante todo o processo, pois é um jeito diferente de produzir, vender e viver. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem, além de contribuir estimulando os vínculos emocionais e automaticamente a saúde mental de cada sujeito.

Contexto: 

O projeto supracitado promove ações que favoreçam a elevação dos indicadores de qualidade de vida, autonomia pessoal e recuperação da saúde, na junção de ocupação terapêutica e geração de renda, incentivando-os cada vez mais a serem agentes protagonistas na integração/reintegração social.

Motivações: 

Tendo em vista que um dos grandes desafios para a intervenção em saúde mental encontra-se na dificuldade de acesso dos usuários à vida produtiva, então na tentativa de minimizar essas angustias, foi pensado em mudanças de paradigmas e práticas que implementasse na reabilitação psicossocial, que a inclusão no mundo do trabalho, transpondo uma imensa barreira, objetivando alcançar melhores níveis de qualidade de vida e condições mais concretas de inclusão social.

Parcerias: 

A Secretaria Municipal de Saúde de São Domingos do Araguaia, órgãos máximos da gestão da saúde pública no âmbito do sistema local, constitui-se parceira de suma importância desse projeto, também se buscou parceria com as malharias existente na cidade, que são várias, para que se pudesse receber a doação de retalhos que sobram após o momento de corte realizados pelas mesmas. Para isso enviaremos um ofício solicitando o material supracitado e falando do projeto e sua importância para a reinserção social do grupo que fará parte desse trabalho em economia solidária, mostrando que poderá ser uma experiência muito exitosa.

 

Objetivo: 

- Incentivar os indicadores de qualidade de vida, de autoestima, de autonomia pessoal e de evolução terapêutica sob diferentes situações que relacionam terapia e trabalho, que se dá na junção de ocupação terapêutica e geração de renda, em uma atividade autônomo, remunerada e solidária;

- Analisar sistematicamente o impacto do trabalho de Economia Solidária na inserção e evolução dos pacientes;

- Colocar em prática ações que favoreçam a qualificação da estratégia do CAPS no tratamento dos usuários, através do trabalho;

- Pensar os feitos das diferentes formas de inserção laboral sobre a evolução dos portadores de sofrimento psíquico;

- Estimular os usuários a participarem do atendimento no CAPS, o qual deve ser cada vez mais efetivo através da inserção no trabalho.

Passo a passo: 

A oficina terapêutica é realizada todas as terças, quartas e quintas-feiras, com formação de subgrupos selecionados por diferentes habilidades. Utilizamos como material, telas plásticas e retalhos de tecidos adquiridos em parceiras com as malharias da cidade, para a confecção de tapetes que é o foco para o produto final, no intuito de comercializá-los. A renda arrecadada é direcionada 80% para os participantes do projeto, é um incentivo para que se dê continuidade ao trabalho em suas residências, quanto aos 20%, fica reservado para fazer-se novos investimento na oficina terapêutica, este percentual é o suficiente, já que os custos para o projeto são baixíssimos, portanto, autossustentável. A realização do projeto teve início em janeiro de 2017 e a primeira culminância oficial com a Feira Solidária ocorreu no dia 19 de maio de 2017, os objetivos foram alcançados com êxito, vendemos todos os artigos produzidos no dia do evento.

Efeitos e resultados: 

Os resultados do projeto superaram as expectativas previstas em seu início, alcançou não só os usuários, mas os familiares e até outras pessoas da comunidade. A confecção do produto ultrapassou os muros da instituição, começaram a produzir tapetes e inclusive bolsas que a princípio não estava previsto no projeto, gerando o empoderamento pessoal e certa autonomia financeira. Para coleta e análise dos dados, tomamos por base o RAAS (Registro das Ações Ambulatoriais e Saúde), utilizando o método quantitativo para medir a frequência dos usuários na participação do grupo terapêutico, ao realizarmos esse comparativo, constatamos que nos quatro primeiros meses que antecederam o projeto, tivemos 216 atendimentos e durante os quatro seguintes meses, período que ocorreu o desenvolvimento do projeto em questão, obtivemos 309 atendimentos, mostrando nos resultado uma evolução de 43,05 % nos atendimento, com o aumento da frequência dos usuários nesse projeto de humanização e cooperação.