- Campo do Saber
- Campo de Prática
- Público Alvo
Este trabalho proporcionou a aproximação da equipe com os usuários, pois nós trabalhadores sabemos o quanto é difícil a aproximação com a comunidade, e que quando conseguimos aproximar e interagir temos realizações profissionais incríveis, além claro de humanizar e buscar a melhora diária dos usuários.
O município de Antônio João tem 8.808 habitantes, possui três Unidades de Saúde da Família, participaram deste projeto cerca de 140 usuários das três Unidades de Saúde da Família do município. Os grupos ocorrerão após o levantamento da demanda, que foi realizada nos domicílios pelos Agentes Comunitários de Saúde, onde eram entregues convites individuais para participar do grupo, sendo que cada unidade de saúde da família tinha um momento de interação, e isso permitiu a maior adesão dos usuários em cada unidade. Todos os encontros eram realizadas as rodas de conversas, palestras e dinâmicas que garantiram a efetiva participação de todos os usuários, podendo assim ser feito o acompanhamento também individual de cada usuário em suas particularidades. Nestes dias de reuniões toda a equipe participava de forma efetiva, o medico da equipe era responsável pela atualização das receitas de psicotrópicos e encaminhamentos necessários para a rede de atenção psicossocial da microrregião de saúde de Ponta Porã, onde encontra-se o CAPS de referência.
Tínhamos a experiência de que muitos pacientes viviam em surtos psicóticos o que demandam muitas internações e atendimentos em urgência em nosso Pronto Socorro municipal, gerando assim transporte intermunicipal para internações em outros municípios. Percebíamos que a cada atendimento em urgência (em nosso hospital) e após a medicalização ou hospitalização (em hospital psiquiátrico) estes usuários retornavam para seus lares e para as unidades de saúde da família em estado mais grave. Mediante toda essa problemática, nos vimos em via de tomarmos uma atitude de forma humanizada e de gestão, enfatizando assim esse processo de acompanhamento e melhoria na pratica de cuidado desses usuários.
Em nossa realidade local não temos parcerias com a iniciativa privada como vemos em muitas outras experiências nacionais. Em Antônio João tivemos um trabalho voltado para o fortalecimento das atividades locais, então o envolvimento da Equipe de Saúde da Família foi o que garantiu o sucesso do trabalho, além claro da efetiva participação de toda equipe do NASF - Núcleo Ampliado de Saúde da Família neste processo. Também temos a participação das profissionais da Assistência Social do município, que por inúmeras vezes ministram palestras e garantiam encaminhamentos necessários quando solicitadas.
Geral Promover a integração entre os profissionais de saúde e familiares com vistas a garantir atendimento de forma integral ao usuário de saúde mental do município de Antônio João. Específicos Fomentar grupos de apoio em cada unidade de Saúde da Família para promover o acolhimento desses usuários e seus familiares. Desenvolver ações que permitam o manejo interdisciplinar e clinico dos pacientes portadores de transtorno mental, evitando ao máximo as internações.
Nosso projeto teve como público alvo a população residente do nosso município de Antônio João, adscrita em algum área de abrangência de alguma equipe de saúde de família, que sofria de algum transtorno psíquico, onde o principal critério pra inclusão no grupo era o usuário estar fazendo uso de medicação psicotrópico e se possível laudo com CID. As dinâmicas aplicadas no grupo eram rodas de conversa, Oficinas e PIC’s (Práticas Integrativas e Complementares – Arteterapia, Aromaterapia, Auriculoterapia e Terapia Floral). Os encontros eram realizados geralmente a primeira sexta-feira do mês, no turno da manhã, com participação dos profissionais da equipe de cada ESF (médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde). Iniciavam-se as atividades do grupo com triagem, anamneses e ginástica, em seguida roda de conversa com relatos e troca de experiências. Após a escuta inicial e troca de receitas que era realizada através do medico da unidade. Nos encontros ainda são ofertados palestras, orientações dos direitos das pessoas portadoras de deficiência, elaboração de caixa de medicamentos e carteirinhas de medicamentos. Importante ressaltar que toda a equipe era envolvida e todos participavam ativamente do processo.
É nítido que com o decorrer dos encontros diminui a hostilidade e preconceito tanto pela família bem como pela sociedade, havendo o envolvimento conjunto para que o paciente se sentisse acolhido, com estimulo de ocupação e utilidade através dos cuidados de higiene pessoal, do seu ambiente, bem como ações especificas designada pela equipe. A adesão ao cliente, aceitação familiar, local adequado, consulta com especialista, disponibilidade de veiculo para transporte e qualificação profissional pra saúde mental, foram alguns pontos em destaque, dentre as diversas dificuldades apresentadas, observou-se principalmente que a família não está preparada para receber, acolher e aceitar o paciente com sofrimento psíquico. Dessa forma, a equipe assumiu a responsabilidade de acompanhar o paciente bem como trabalhar a família no que diz respeito à evolução do tratamento no ciclo familiar. A evolução na melhora da qualidade de vida e bem estar social para que o portador de sofrimento psíquico fosse amenizado era imprescindível o acompanhamento familiar para uma boa evolução do quadro.