Escola Politecnica Joaquim Venâncio / Fiocruz

Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial

Gestão Autônoma da Medicação: participação e cogestão na pesquisa e no cuidado em saúde mental

A GAM é uma estratégia coletiva para aumentar o poder de negociação dos usuários de saúde mental nas decisões sobre seu tratamento medicamentoso.
CE, AL, RN, SP, RJ, RS - RS
  • Campo do Saber
  • Campo de Prática
  • Público Alvo
Autores: 
Analice de Lima Palombini, Eduardo Passos, Eduardo Caron, Lívia Zanchet, Douglas Casarotto de Oliveira, Ricardo Pimentel Méllo, Ana Carolina Rios Simoni, Ana Karenina Arraes Amorim, Ana Luiza Ferrer, Bruno Emerich, Christian Sade, Deborah Sereno, Elisa Zaneratto Rosa, Janaína Mariano César, Jorgina Sales Jorge, Lívia Zanchet, Luciana Caliman, Luciana Surjus, Marcos Adegas Azambuja, Maria Cristina Vicentin, Marília Silveira, Maura Lima, Olinda Maria de F. Lechmann Saldanha, Rosana Onocko Campos, Vera Lucia Pasini.
observagam@gmail.com
Instituições vinculadas: 
Universidades: Universidade Federal de Alagoas; Universidade Federal de Santa Maria; Universidade Federal de São Paulo; Universidade Federal do Ceará; Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Federal Fluminense; Universidade de São Paulo; Universidade Estadual de Campinas; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Serviços: especialmente CAPS (CAPS I, II, III, IV, CAPS-ad, CAPSi) e UBS e ESF em municípios de pequeno, médio e grande porte nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país Associações e movimento de usuários: Associação de Usuários e Amigos da Saúde Mental de Campinas - AFLORE (SP); Voz dos Usuários (RJ); Associação Potiguar Plural (RN); Ação dos Usuários CAPS Centro NH, GAMPilé, Grupo Teatral CAPS Prado Veppo (RS), entre outros.
Resumo afetivo: 

Nós somos GAMados pela experiência participativa e cogestiva da GAM, que coloca em roda, lado a lado, acadêmicos, usuários, familiares e trabalhadores de saúde mental, para troca de conhecimentos e experiências, valorizando o saber daquele que, em seu tratamento, faz uso e sente os efeitos dos psicofármacos em seu corpo, na sua vida. Para nós que somos docentes na universidade, valorizar a palavra do usuário, estar junto, ao seu lado, em seu mundo e apoiando-o nos seus percursos de vida nos leva a compreender que o encontro com a vida do outro é a experiência mais (trans)formadora que se pode propiciar aos estudantes e trabalhadores a quem ensinamos. Para os trabalhadores, a GAM oferece a oportunidade de uma relação mais próxima com os usuários, que contam histórias sobre si e sobre a experiência do tratamento que nunca lhes foram contadas antes, e isso muda a forma de trabalhar. Para os usuários, a GAM permitiu pensar sobre o seu tratamento e trocar experiências com seus pares, ganhando força como grupo em defesa de seus direitos de cidadãos e usuários da saúde. A GAM fez perder o medo de conversar com o médico sobre o tratamento medicamentoso, com o objetivo de alcançar o tratamento que melhor convenha aos usuários, levando em conta os efeitos muito singulares da medicação para cada um que a usa.

Os maiores desafios da GAM são:

  1. Aproximar da GAM os médicos prescritores, de forma que eles também possam acompanhar as experiências com grupos GAM e se deixar transformar por elas (sempre que um médico prescritor participou de um grupo GAM, a experiência foi transformadora da sua prática profissional);
  2. Difundir, entre os trabalhadores, os princípios e as diretrizes para realização de um grupo GAM (constantes do Guia de Apoio ao Moderador de grupos GAM);
  3. Vencer uma cultura arraigada nos serviços de saúde, que impõe distância ou relações hierárquicas entre profissionais e usuários, enquanto a estratégia GAM propõe manter-se lado a lado com os usuários;
  4. Combater a força hegemônica da medicamentalização e medicalização da vida que permeia a sociedade.

A GAM enfrenta também algumas dificuldades para sua realização, como a precarização dos serviços públicos de saúde, que impõe restrições à participação dos trabalhadores num grupo GAM; a resistência de alguns profissionais à proposta de grupo GAM, por desconhecimento do seu teor e objetivos; a dificuldade com alguns termos do texto do Guia GAM, considerados pouco acessíveis ao universo cultural dos usuários em geral e também conforme a região do país. Apesar dessas dificuldades e dos desafios que enfrentamos, a experiência GAM tem uma potência que sempre nos surpreende, onde quer que ela aconteça.

Nós somos GAMados pela experiência participativa e cogestiva da GAM, que coloca em roda, lado a lado, acadêmicos, usuários, familiares e trabalhadores de saúde mental, para troca de conhecimentos e experiências, valorizando o saber daquele que, em seu tratamento, faz uso e sente os efeitos dos psicofármacos em seu corpo, na sua vida. Para nós que somos docentes na universidade, valorizar a palavra do usuário, estar junto, ao seu lado, em seu mundo e apoiando-o nos seus percursos de vida nos leva a compreender que o encontro com a vida do outro é a experiência mais (trans)formadora que se pode propiciar aos estudantes e trabalhadores a quem ensinamos. Para os trabalhadores, a GAM oferece a oportunidade de uma relação mais próxima com os usuários, que contam histórias sobre si e sobre a experiência do tratamento que nunca lhes foram contadas antes, e isso muda a forma de trabalhar. Para os usuários, a GAM permitiu pensar sobre o seu tratamento e trocar experiências com seus pares, ganhando força como grupo em defesa de seus direitos de cidadãos e usuários da saúde. A GAM fez perder o medo de conversar com o médico sobre o tratamento medicamentoso, com o objetivo de alcançar o tratamento que melhor convenha aos usuários, levando em conta os efeitos muito singulares da medicação para cada um que a usa.

Os maiores desafios da GAM são: 1) aproximar da GAM os médicos prescritores, de forma que eles também possam acompanhar as experiências com grupos GAM e se deixar transformar por elas (sempre que um médico prescritor participou de um grupo GAM, a experiência foi transformadora da sua prática profissional); 2) difundir, entre os trabalhadores, os princípios e as diretrizes para realização de um grupo GAM (constantes do Guia de Apoio ao Moderador de grupos GAM); 3) vencer uma cultura arraigada nos serviços de saúde, que impõe distância ou relações hierárquicas entre profissionais e usuários, enquanto a estratégia GAM propõe manter-se lado a lado com os usuários; 4) combater a força hegemônica da medicamentalização e medicalização da vida que permeia a sociedade.

A GAM enfrenta também algumas dificuldades para sua realização, como a precarização dos serviços públicos de saúde, que impõe restrições à participação dos trabalhadores num grupo GAM; a resistência de alguns profissionais à proposta de grupo GAM, por desconhecimento do seu teor e objetivos; a dificuldade com alguns termos do texto do Guia GAM, considerados pouco acessíveis ao universo cultural dos usuários em geral e também conforme a região do país. Apesar dessas dificuldades e dos desafios que enfrentamos, a experiência GAM tem uma potência que sempre nos surpreende, onde quer que ela aconteça.

Contexto: 

Nas últimas décadas, impulsionado pelos laboratórios farmacêuticos, o mercado de psicofármacos no mundo tem se expandido, num processo de medicalização da vida em que a prescrição e o uso de neuroquímicos ganham centralidade na assistência em saúde mental. Diante deste cenário global, que muitos autores descrevem como “epidemia das drogas psiquiátricas” (WHITAKER, 2017), passaram a ser criadas estratégias para possibilitar formas de ação e de cuidado alternativas, baseadas na construção de espaços dialógicos coletivos e em rede, tais como Diálogo Aberto; Ouvidores de Vozes; Suporte de pares; além da Gestão Autônoma da Medicação.

No contexto brasileiro, vimos construindo, com muito vigor, uma rede territorializada de atenção psicossocial – RAPS que provê cuidado em liberdade, tendo os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) como um dos pontos estratégicos desta rede. Ao mesmo tempo, paradoxalmente, deparamo-nos com esse processo de medicalização centralizado na prescrição e no uso de medicamentos. Dados do Sistema Nacional para Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) - implantado em 2007 para monitoramento e controle de consumo abusivo e indiscriminado dos medicamentos psicotrópicos (ANVISA, 2010) - registram, de 2008 a 2014, um crescimento de 296% do consumo de Ritalina e, de 2009 a 2013, de 531% do consumo de Clonazepam (FMES, 2015). Um dos efeitos deste processo de medicalização é a especialização, que faz com que a RAPS, embora territorializada, ainda esteja fortemente centrada nos CAPS e nas consultas psiquiátricas. O cuidado em saúde mental na Atenção Básica fica, assim, dependente da especialidade, e as unidades básicas têm enormes dificuldades e não conseguem ocupar o seu lugar de responsabilidade sanitária e coordenação do cuidado almejado pela estratégia da Reforma Psiquiátrica.

As experimentações realizadas com a GAM têm dado visibilidade à potência dos espaços coletivos de cuidado, os quais deslocam a centralidade da medicação e da especialidade. Muitos destes grupos são moderados por agentes comunitários de saúde, técnicos, profissionais não psi e por usuários que, tendo passado pela experiência de um grupo GAM, tornaram-se, eles próprios, moderadores GAM. Na Atenção Básica, esse processo tem incidido na rede local, modificando as relações entre unidade básica e CAPS. Além disso, a lógica proposta pela estratégia GAM, que envolve uma avaliação crítica da experiência de uso de psicofármacos, tem-se estendido para outras experiências com uso de drogas/medicamentos de um modo geral e junto a outros setores das políticas públicas. Assim, além dos grupos GAM com a participação de usuários de álcool e outras drogas, desenvolvidos em CAPSad, também houve experiências GAM com jovens em medida de internação em Centro de Atenção SocioEducativo ou mesmo com grupo de pessoas com diabete mellitus junto a unidades de atenção básica à saúde. 

REFERÊNCIAS:

Motivações: 

A falta de participação dos usuários de saúde mental nas decisões a respeito do seu tratamento medicamentoso foi o que nos motivou a implementar a GAM-BR, numa experiência que reúne interesses e públicos diversos.

Nos CAPS I, II, III, muitos trabalhadores se deparam diariamente com a percepção dos sintomas e efeitos da hipermedicação dos usuários e tomam a iniciativa ou acolhem o convite para realizar um grupo GAM. Entre os usuários, há o desejo de conquistar maior autonomia em relação ao uso de remédios, de ser escutado e de interferir na prescrição.

Nas unidades básicas, há uma diversidade de usuários, e os trabalhadores, muitas vezes, sentem-se despreparados para acolhimento das situações envolvendo a saúde mental no território. Há um desejo de formação para atender essas situações, e a GAM constitui um processo formativo de apoio, de atenção e cuidado que suscita muito interesse. Em geral, quando aplicada no contexto da Atenção Básica, a GAM se torna a principal oferta de cuidado em saúde mental.

Na saúde mental infantil, há uma preocupação com a crescente psiquiatrização da infância e com os encaminhamentos vindos da escola. Embora seja uma estratégia focada no público adulto, a GAM trabalha a perspectiva da autonomia e atrai trabalhadores para experimentações com crianças e adolescentes, bem como com seus familiares e adultos de referência.

No campo da atenção a usuários de álcool e outras drogas, a proposta de autonomia na relação com o uso de medicamentos se estende para o uso de outras substâncias, atraindo tanto os usuários quanto os trabalhadores para a experiência com grupos GAM.

No campo da formação profissional, a GAM tem sido utilizada em programas de integração serviço-ensino como PROPET-Saúde, cursos de graduação em Medicina e Psicologia, Programas de Residência Multiprofissional em Saúde, Programas de Residência em Psiquiatria e processos de educação permanente de trabalhadores da rede de saúde. A abertura para propostas que escapem das abordagens especialistas e medicalizantes e apostem nos processos grupais numa perspectiva participativa e cogestiva são os principais motivadores da participação dos estudantes e trabalhadores nesses processos formativos.

 

Parcerias: 

A estratégia GAM foi introduzida no Brasil através de um projeto multicêntrico de pesquisa vinculado à parceria internacional entre Brasil e Canadá, no quadro da Aliança Internacional de Pesquisas entre Universidade e Comunidade ARUCI, sob coordenação, no Quebec, da Profa. Dra. Lourdes Del Barrio Rodrigues, da Universidade de Montréal, e, no Brasil, da Profa. Dra. Rosana Onocko Campos, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Tal parceria visava fomentar estudos sobre a temática da saúde mental e cidadania, formação de pesquisadores e transferência de tecnologia para a comunidade e serviços de saúde, a partir de projetos conjuntos com financiamento internacional, sendo o protagonismo dos seus participantes uma marca desses projetos.

A pesquisa GAM-BR se desenvolveu em duas etapas interligadas e sucessivas. A primeira etapa, realizada entre 2009 e 2011, teve a participação de quatro universidades públicas brasileiras (UNICAMP-UFF-UFRJ-UFRGS) no trabalho de elaboração da versão brasileira do Guia da Gestão Autônoma da Medicação (Guia GAM-BR), a partir da tradução e adaptação do Guia GAM canadense, instrumento criado por organismos comunitários do Quebec (Associação de recursos alternativos em saúde mental do Quebec e Associação de Grupos de Defesa de Direitos dos Usuários de Saúde Mental) em articulação com o Grupo de Pesquisa e Ação em Saúde Mental e Cultura (ERASME). A construção da versão final do Guia GAM brasileiro realizou-se a partir das modificações propostas pelos grupos de intervenção realizados em cada campo (em CAPS das cidades de Campinas-SP, Rio de Janeiro-RJ e Novo Hamburgo-RS, com a participação de usuários e trabalhadores desses serviços), as quais foram debatidas em reuniões multicêntricas, com a presença de pesquisadores, trabalhadores e usuários dos três centros. A segunda etapa da pesquisa ocorreu de forma articulada entre UNICAMP, UFF e UFRGS, acompanhando novamente o uso do Guia GAM, conforme a versão estabelecida na primeira etapa, junto a serviços de saúde mental em Amparo e Campinas, SP; em São Pedro da Aldeia, RJ; e em Porto Alegre, São Leopoldo e Novo Hamburgo, RS. Teve como produto uma revisão final do Guia GAM-BR e a elaboração do Guia de Apoio à Moderadores da GAM, com orientações e diretrizes gerais para utilização do Guia GAM em processos grupais.

Outras pesquisas desenvolveram-se na sequência, em diferentes universidades e municípios do país, acompanhando os efeitos da implementação da estratégia GAM em distintos contextos. Cabe destacar que, enquanto a estratégia GAM foi desenvolvida no Quebec por organismos comunitários – serviços alternativos de saúde mental e grupos de direitos dos usuários – associados à universidade, a experiência brasileira concretizou-se na relação entre a universidade e os serviços da rede pública de saúde mental. Assim, no estado do Rio Grande do Sul, em 2013 o Guia GAM-BR foi incorporado como ferramenta de trabalho pela Secretaria Estadual da Saúde do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (SES/RS), sendo disponibilizado para uso pelos municípios do estado, em CAPS e outros serviços de saúde interessados, com apoio institucional da Secretaria Estadual da Saúde do RS. Também houve participação e apoio de gestões municipais, no RS e em outros estados, para realização de grupos GAM nos serviços de sua rede de atenção psicossocial e, ainda, interesse e iniciativa pessoais de trabalhadores para desenvolvimento de grupos GAM nos seus serviços, especialmente em CAPS e unidades básicas de saúde.

Em linhas gerais, a implementação da GAM apresenta diferentes composições entre parceiros, conforme a região do país, estados e municípios. No início da proposta, foi importante contar com as relações já estabelecidas entre os pesquisadores das diferentes universidades participantes e a rede pública de serviços dos municípios da sua região, para que, em confiança, fosse possibilitada a realização dos primeiros grupos GAM nesses serviços. Também foi muito importante a participação das associações e movimentos de usuários e familiares, parceiros fundamentais no planejamento e gestão da implementação da GAM. A relação lado a lado entre pesquisadores acadêmicos, usuários e familiares e trabalhadores é uma característica marcante da experiência GAM, que segue inspirando a realização de outros grupos de intervenção, de novas pesquisas e projetos de extensão em torno a esse tema. Além disso, em algumas experiências locais, a realização de um grupo GAM em uma unidade suscitou uma intensificação da rede de parcerias nos respectivos territórios, seja com outras unidades da rede do SUS, seja com outras redes como a de assistência social ou de geração de renda e economia solidária.

Objetivo: 

Objetivo Geral:

Através da estratégia da Gestão Autônoma da Medicação, que envolve formas participativas e cogestivas de cuidado, favorecer o aumento do poder de negociação dos usuários de saúde mental nas decisões sobre seu tratamento medicamentoso.

Objetivos Específicos:

  1. Qualificar os usos participativos e cogestivos da estratégia GAM;
  2. Contribuir para o enfrentamento dos processos de medicalização e medicamentalização da vida;
  3. Valorizar o saber da experiëncia do usuário nas decisões referentes ao seu tratamento;
  4. Promover processos de educação permanente em saúde mental na perspectiva participativa e cogestiva da GAM;
  5. Favorecer os laços de amizade e solidariedade entre os usuários, contribuindo com o fortalecimento ou criação de suas redes de apoio.
Passo a passo: 

O Guia GAM do Usuário é composto de seis passos. A ideia que dispara a discussão está sintetizada no enunciado do primeiro passo: “Eu sou uma pessoa, não uma doença”. No passo seguinte, “Observando a si mesmo”, o usuário reflete sobre as condições em que vive, com ênfase na sua saúde e nos medicamentos que toma, por que toma, efeitos positivos e negativos. No terceiro passo, “Ampliando a sua autonomia”, a ênfase é nas suas necessidades e nas redes de apoio com que pode contar para atendê-las, destacando-se seus direitos, tal como expressos na Carta dos direitos dos usuários da saúde no SUS. O quarto passo, “Conversando sobre os medicamentos psiquiátricos”, traz informações e questionamentos sobre o uso dos medicamentos, subsidiando a postura crítica e participativa em relação ao cuidado. Na segunda parte do Guia - “Um caminho para a mudança” -, o quinto passo retoma as discussões anteriores, visando o exercício da autonomia e o aumento da participação do usuário no cuidado. Por fim, o sexto passo, “Planejando nossas ações”, conclui o Guia com a identificação e discussão dos problemas que o grupo de usuários percebe no processo de cuidado que lhes é ofertado e possibilidades de ação para enfrentar esses problemas.

O Guia do Moderador apresenta as diretrizes que orientam a implementação de um grupo GAM em que se destacam as ideias de contração de grupalidade e de cogestão como fios condutores na moderação do grupo visando o reconhecimento e o fomento da autonomia de seus participantes.

Em uma das pesquisas que realizamos (GAM-RS, 2014-2018), usuários, trabalhadores e acadêmicos reunidos propuseram as seguintes recomendações para quem se interessar em constituir um grupo GAM no seu serviço ou junto a uma associação de usuários:

  • Não ter uma preocupação em ficar só na leitura do material, mas sim trabalhar na construção do grupo;
  • Apresentar a GAM aos serviços (profissionais, estudantes, usuários) como forma de informar tratamentos alternativos;
  • Quem moderar grupo pode abrir para qualquer pessoa que tenha interesse no assunto. Aprender a compartilhar, ouvir e falar;
  • Socializar o Guia do Moderador entre todos os participantes para circular essa função e a informação;
  • Não se preocupar em responder todas as perguntas do guia;
  • Utilizar algum facilitador ou disparador para criar um ambiente antes de iniciar o grupo;
  • Potencializar a troca de experiências porque o saber da experiência de uso do medicamento é tão importante quanto o saber técnico do medicamento;
  • Prestar atenção e perguntar se todos participantes estão entendendo o grupo, e, se não, perguntar quando for preciso para o moderador.
Efeitos e resultados: 

Os resultados já publicados de pesquisas GAM revelam que, após a participação nos Grupos de Intervenção GAM, os usuários demonstraram maior conhecimento sobre sua medicação e passaram a reconhecer em si um saber advindo da experiência, pelo qual não somente aos médicos era atribuída autoridade no tocante ao tratamento medicamentoso, mas também a si próprios. Em todos os campos da pesquisa, houve usuários que buscaram conversar com seus médicos visando ajustes da medicação, mobilizados e encorajados pelas discussões nos grupos GAM.

A experiência GAM suscitou o esforço nascente dos usuários em tomar parte das decisões referentes aos seus tratamentos, esforço que, ao mesmo tempo, colocou-os em contato com o limite dos serviços para acolher e dar lugar a essa participação, em especial no que diz respeito ao tratamento medicamentoso. Ainda, a experiência GAM fez com que os usuários olhassem criticamente para a forma como a noção de tratamento era frequentemente equiparada, nos serviços, ao uso regular de medicamentos. Embora outros recursos fossem mencionados, não alcançavam o mesmo valor dado ao tratamento farmacológico.

Os usuários referiram-se ao grupo GAM como espaço de troca de experiências sobre o medicamento, onde cada um podia contar sua vivência singular com a medicação e um saber experiencial lhes ser reconhecido. A experiência GAM também fez com que os usuários investissem interesse no tema dos direitos, antes ausente do universo de suas preocupações. Eles passaram a reconhecer o direito de participar das decisões referentes ao seu próprio tratamento, de ler seu prontuário e de obter as informações de que necessitassem. Passaram a participar mais frequentemente da gestão dos serviços em que se atendiam. E puderam ampliar o leque de discussão sobre os direitos, não ficando restrito à saúde, mas incluindo, também, as condições de vida e acesso à moradia.

Em muitos lugares em que ocorreram experiências GAM, pudemos observar que a valorização da autonomia, da expressão e da participação de usuários que acontece na GAM pode produzir mudanças nos processos de trabalho dentro de um serviço e na rede territorial, incidindo sobre os procedimentos, modos de atendimento e de produção de cuidado - apesar das resistências que não deixam de se manifestar. A GAM revela, assim, a importância da participação de usuários nos processos de apoio e formação de profissionais. Ela propiciou, a trabalhadores e usuários, a criação de espaços de cuidado onde a relação hierárquica trabalhador-usuário se transforma e se lateraliza. No dizer de uma usuária participante da pesquisa GAM no RS: “... Não existe uma hierarquia no grupo, onde o profissional se coloca em um lugar de superioridade em relação à nós. A gente interage juntos. A partir do momento que se criar uma hierarquia com nós e acharmos que não está nos fazendo bem, caímos fora do grupo! Pois preconceito e discriminação já vivenciamos por todos os lugares onde passamos, não podemos admitir isso, nem sermos tratados como coitadinhos ou vítimas.”

Para os trabalhadores, a participação na experiência GAM fez ver a importância de incluir o saber do usuário em seu processo de cuidado - um saber singular, advindo da sua experiência e que livro nenhum é capaz de transmitir - e, ainda, levou a abranger, nas ações de cuidado ofertadas, também um olhar sobre a questão do uso de medicamentos e seus efeitos, tema que até então era considerado exclusivo dos profissionais médicos. Produziu também uma ampliação na compreensão do tema das drogas prescritas e proscritas como referidas, ambas, a processos de gestão autônoma da medicação, principalmente com a inserção do GAM em CAPSad e sua articulação com grupos GAM de outros serviços.

Com efeito, as experimentações GAM em outros serviços para além dos CAPS I, II ou III têm gerado resultados significativos. Ainda com respeito aos CAPSad, a contração da grupalidade facilitada pela GAM, com o compartilhamento de experiências e valorização da expressão sem juízo de valor, tem fortalecido vínculos de solidariedade e cuidado que criam novas possibilidades de redução de danos na vida dos usuários.

Em CAPS Infantojuvenil a prática na perspectiva da autonomia e participação tem propiciado a invenção de novas formas de expressão e comunicação com crianças e adolescentes, além de abrir espaços de compartilhamento entre familiares e adultos de referência.

Na Atenção Básica, o Grupo GAM, quando acontece, tem se tornado uma referência importante de cuidado em saúde mental no território. Com isso, as relações entre a Unidade Básica e a atenção especializada podem mudar e, em vez da pressão do fluxo de encaminhamentos para a psiquiatria, que é um gargalo de acesso ao cuidado em saúde mental, é possível contar com uma rede efetiva de cuidado compartilhado entre a equipe da unidade básica e o CAPS.

Finalmente, para os estudantes e profissionais em formação que tiveram oportunidade de participar da experiência GAM, seja acompanhando ou moderando um grupo GAM em um serviço, seja participando do processo cogestivo da pesquisa, a estratégia contribuiu para desencadear questionamentos quanto à própria formação e à prática profissional, inquietações em relação às ações de falso cuidado padronizadas e “cuidados bondosos” que não respeitam a trajetória de vida de quem está sendo acompanhado nos serviços de saúde, minando as possibilidades de criação de vida potente. No dizer de acadêmicos da Universidade Federal do Ceará: “Passamos a nos indagar sobre qual tipo de prática acreditamos e como estamos atuando na produção de um cuidado que favoreça a liberdade para que o outro seja autônomo e para que possa compor suas redes de fluidez da vida e recriar suas histórias.”

Conforme relato de usuários participantes da pesquisa GAM no RS (2014 a 2018):

... lá no meu grupo tem gente que nem sabe por que tava ali e agora tá bem melhor. A gente convida igual, todo mundo, assim, pra participar. Não cabe discriminação. Se o objetivo do GAM é gerar autonomia, as pessoas terem autonomia, aí vamos nós escolher quem participa? Por exemplo, vamos fazer uma comparação: vocês tudo são pacientes e tão meio malzinho, assim, e vocês querem entrar no grupo, aí vamos nós dizer “não, vocês não podem”, como é que a pessoa vai sair dali? arrasada! Por quê? Porque essa pessoa já tá ali mal, querendo se achar junto com os outros, se entender, se completar, ai vão e barram na porta, “não, esse grupo aqui é só pros que tão melhorzinho”? Como? Daí sim, né, aí acabou com tudo. (...) Isso já aconteceu comigo, já sofri na carne, “tu não vai entrar, porque tu é muito chata”... sou chata mesmo.

Empatia é uma amizade que se traduz numa solidariedade. O grupo GAM extravasa para outras situações da vida, o que tem a ver com essa solidariedade. O grupo acolhe as situações. Não apenas o eu tem problema, mas nós temos problema.

A GAM dá liberdade de se conhecer e ter coragem de falar, usar a autonomia. E essa autonomia pode crescer num nível enorme, sem limite.

A GAM não é a única fonte de conhecimento de que se pode lançar mão. Tem um mundo de conhecimento à nossa volta pra gente explorar e que pode nos ajudar também.

Conte um pouco mais: 

Há muitas publicações de artigos, teses, dissertações que contam sobre a experiência GAM e seus efeitos. Publicamos aqui os dados dos artigos publicados e outras produções entre 2009 e 2019. Gostaríamos de recomendar especialmente a leitura do artigo que teve publicação no Caderno HumanizaSUS, v. 5, 2015, sobre Saúde Mental e Cidadania - intitulado "A experiência da produção de saber no encontro entre pesquisadores e usuários de serviços públicos de saúde mental: a construção do Guia Gam brasileiro", o qual foi escrito e desenvolvido com a participação de usuários, trabalhadores e acadêmicos, sobre a experiência de pesquisar juntos.

Artigos GAM publicados entre os anos de 2011 e 2019:

 1) Otanari, TMC; Leal, Em; Onocko Campos, RT; Palombini, AL; Passos, E. Os efeitos na formação de residentes de psiquiatria ao experimentarem grupos GAM. Revista brasileira de educação médica 2011. - RBEM - ISSN - 0100-5502. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-55022011000400004&script=sci_a...

2) Campos, Rosana Teresa Onocko; Palombini, Analice de Lima; Silva, André do Eirado; Passos, Eduardo; Leal, Erotildes Maria; Serpa Júnior, Octávio Domont; Marques, Cecília De Castro; Gonçalves, Laura Lamas Martins; Santos, Deivisson Vianna Dantas; Surjus, Luciana Togni De Lima E Silva; Arantes, Ricardo Lugon; Emerich, Bruno Ferrari; Otanari, Thais Mikie de Carvalho; Stefanello, Sabrina. Adaptação Multicêntrica do Guia Para A Gestão Autônoma da Medicação. Interface (Botucatu. Impresso), v. 16, p. 967-980, 2012. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/icse/2012nahead/aop4412.pdf

3) Jorge, Maria Salete Bessa, Campos, Rosana Onocko, Pinto, Antonio Germane Alves, & Vasconcelos, Mardênia Gomes Ferreira. (2012). Experiências com a gestão autônoma da medicação: narrativa de usuários de saúde mental no encontro dos grupos focais em centros de atenção psicossocial. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 22(4), 1543-1561. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312012000....

4) Passos, Eduardo; Carvalho, Silvia Vasconcelos; Maggi, Paula Milward de Andrade. Experiência de Autonomia Compartilhada na Saúde Mental: o "manejo cogestivo" na gestão autônoma da medicação. Pesquisas e Práticas Psicossociais 7(2), São João del-Rei, julho/dezembro 2012. Disponível em http://intranet.ufsj.edu.br/rep_sysweb/File/revistalapip/Volume7_n2/Pass...

5) Palombini, Analice de Lima; Onocko-Campos, Rosana Tereza ; Silveira, Marília ; Gonçalves, Laura Lamas Martins  ; Zanchet, Livia ; Xavier, Maria Angélica Zamora ; Marques, Cecília de Castro e . Relações entre pesquisa e clínica em estudos em cogestão com usuários de saúde mental. Ciência e Saúde Coletiva (Impresso), v. 18, p. 2899-2908, 2013. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/csc/v18n10/v18n10a14

6) Passos, E.; Palombini, A. L. ; Onocko Campos, R. . Estratégia cogestiva na pesquisa e na clínica em saúde mental. Estudos Contemporâneos da Subjetividade, v. 3, p. 4-17, 2013. Disponível em http://www.periodicoshumanas.uff.br/ecos/article/viewFile/1110/815

7) Passos, E.; Palombini, A. L.; Onocko Campos, R.; Melo, J. ; Maggi, P. M. ; Marques, C. C. E. ; Zanchet, L. ; Cervo, M. R. ; Emerich, B. F. . Autonomia e cogestão na prática em saúde mental: o dispositivo da gestão autônoma da medicação. Aletheia (ULBRA), v. 41, p. 24-38, 2013. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-03942...

8) Onocko-Campos, Rosana Teresa; Passos, Eduardo; Palombini, Analice de Lima ; Santos, Deivisson Vianna Dantas dos ; Stefanello, Sabrina ; Gonçalves, Laura Lamas Magalhães ; Andrade, Paula Milward de ; Borges, Luana Ribeiro . A Gestão Autônoma da Medicação: uma intervenção analisadora de serviços em saúde mental. Ciência e Saúde Coletiva (Impresso), v. 18, p. 2889-2898, 2013. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232013001000013&script=sci_a...

9) Del Barrio, Lourdes Rodriguez et al. Gaining Autonomy & Medication Management (GAM): new perspectives on well-being, quality of life and psychiatric medication. Ciênc. saúde coletiva, Oct 2013, vol.18, no.10, p.2879-2887. ISSN 1413-8123. Disponível em www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013001000012

10) Marques, Cecília de Castro; Palombini, Analice; Passos, Eduardo; Onocko Campos, Rosana Tereza. Sobre mudar de lugar e produzir diferenças – A voz dos usuários de serviços públicos de saúde mental. Mnemosine Vol.9, nº1, p. 106-126 (2013). Disponível em http://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/paganex/artigo_mnemosi...

11) Onocko-Campos, Rosana Teresa. Pesquisas em saúde mental: o desafio de pesquisar mudanças e inovações em um campo demarcado por questões ético-políticas. Ciência e Saúde Coletiva (Impresso), v. 18, p. 2794-2794, 2013. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232013001000001&script=sci_a...

12) Passos E, Otanari TMC, Emerich BF, Guerini L. O comitê cidadão como estratégia cogestiva em uma pesquisa participativa no campo da saúde mental. Ciência e Saúde Coletiva (Impresso), v. 18, p.2919-2928; 2013. Acesso livre: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232013001000016&script=sci_a.... Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232013001000016&script=sci_a...

13) Presotto, Rodrigo Fernando, Silveira, Marília, Delgado, Pedro Gabriel Godinho, & Vasconcelos, Eduardo Mourão. (2013) Experiências brasileiras sobre participação de usuários e familiares na pesquisa em saúde mental. Ciência & Saúde Coletiva,18(10), 2837-2845. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013001.... 10.1590/S1413-81232013001000006

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