- Campo do Saber
- Campo de Prática
- Público Alvo
O Centro de convivência e cultura da zona oeste é uma proposta afetiva por si só. Foi o afeto que nos levou a criar o projeto a partir da experiência de saída com os usuários do Caps. Criou-se na equipe um desejo de expandir a experiência para outros serviços do território. O projeto cria corpo no encontro com os técnicos do capsi João de barro onde um dos oficineiros se disponibiliza a doar seu tempo e realizar uma oficina em espaço de cultura na região atendendo não só usuários mas também pessoas da comunidade em geral. O serviço nos encanta todos os dias pelas histórias, pela experiência e pelo prazer de trabalhar em algo que acreditamos que é promover saúde através da arte , da cultura e do lazer.
Os Centros de Convivências são dispositivos intersetoriais previsto na portaria do Ministério da Saúde 3.088/2011, no entanto não possuem uma lei que os regulamentem enquanto serviço de saúde. Nesse projeto proponho descrever a construção de um Centro de Convivência e Cultura na Zona Oeste da cidade do Rio de janeiro, diante da dificuldade de acessibilidade na circulação na cidade e produzindo uma noção de pertencimento dos usuários da Saúde Mental ao local onde vivem.
A construção de um serviço envolve muito mais que estabelecer o local onde ele irá funcionar e como ele irá se manter materialmente/financeiramente. Envolve construção de saber e de conceitos, construções de práticas e ferramentas para sustentar o seu fazer, para dar credibilidade a prática. Poder relatar como esses conceitos e práticas que foram se formando a partir desse serviço que ainda está em construção, acredito ser uma experiência única de Saber/fazer.
A partir de um trabalho realizado em um CAPS na zona oeste da cidade do Rio de janeiro, a equipe percebe a importância da ampliação de espaços de circulação para usuários de Saúde Mental e como isso modifica os modos de estar no mundo, rompendo barreiras de estigmatização. Nesse sentido apostamos na ideia de construir um serviço que trabalhasse somente com a articulação na rede, seja ela de saúde, cultura, ONG, empresas, comércio ou comunidade. Não ficando, assim, restrito aos dispositivos de saúde.
Em março de 2014 após o reconhecimento do território e algumas conversas com os serviços, ficou claro a necessidade de fixar um ponto de encontro, um lugar onde poderíamos encontrar a clientela e servir de referência para os técnicos.
Realizamos uma reunião com os responsáveis da Lona Cultural Elza Osborne e tivemos uma boa receptividade. A Lona passava por problemas de financiamento junto a Prefeitura e nosso projeto veio de encontro com essas dificuldades, resolvendo assim a questão para ambos os lados, nós entraríamos com as oficinas e eles com o espaço. Oferecendo, assim, oficinas tanto para os usuários de saúde mental, quanto para a comunidade em geral.
Além das oficinas passamos a realizar assembleias mensais na tentativa de garantir a conversa coletiva e também para pensarmos em um nome para o Centro de convivência e Cultura.
Realizamos também eventos na Lona para a comunidade e para os participantes do Centro de Convivência e cultura de modo a afirmar a integração muitas vezes os próprios usuários realizam as atividades, oferecendo o seu saber a comunidade, colocando-os, assim, em outra posição diante da sociedade. Ao invés de pacientes(passivos) à ator e agente de mudança.
Passamos a participar das reuniões de equipe dos CAPS, sempre que necessário, para trabalhar com os técnicos o projeto do Centro de Convivência. Iniciamos também nossa participação no colegiado de diretores das unidades de saúde visando o mesmo objetivo.
Comparecemos as assembleias dos serviços para divulgarmos juntos aos familiares e usuários as atividades realizadas pelo Centro de convivência e sentimos necessidade de nos organizar ainda mais.
Nosso principal parceiro é a lona cultural Elza Osborne que desde 2014 nos acolhe cedendo o espaço para a realização de nossas oficinas e eventos. A partir desse encontro outros parceiros surgem a cada ano sempre em busca de espaço para realizar suas atividades e por consequência nós encontram no território. Esses encontros produziram frutos para a comunidade da zona oeste e para os usuários de saúde mental da região que ganham a casa ano novas oficinas.
Integração social
Promoção de saúde
Percepção corporal
Pertencimento territorial, histórico e afetivo
Rompimento do estigma da loucura