- Campo do Saber
- Campo de Prática
- Público Alvo
Respondendo coletivamente a esta questão: Há um prazer imenso em participar das atividades, (Reunião de pauta semanal, Produção de Canecas, Camisetas, Ajuda Mútua, Atelier de Artes, Comercialização, Passeios Culturais, Rodas de Conversas, vídeos debates, etc.) Nosso Regimento Interno ainda está sendo estruturado, mas já nos dá alguma direção nas relações de trabalho. A Autogestão nos estimula muito, mas, ao mesmo tempo, amedronta alguns familiares, que não conseguem acompanhar as atividades desenvolvidas na Associação e lidar com a possibilidade de autonomia do(a) associado(a), pois causaria uma mudança radical na estrutura familiar, e/ou a perda do controle sobre aquele(a) indivíduo. Tivemos caso, em que a família retirou o associado, por ele estar se sobressaindo nas artes, foi muito frustrante para nós e para ele, mas, lidar com as frustrações faz parte do processo de aprendizado na vida de todos nós, estejamos dentro ou fora da ACON (Associação Construção). No decorrer dos anos, fomos inserindo atividades conforme a necessidade dos associados em se comunicar com a comunidade, através da Rádio/Podcast “Associação com Sinceridade”, onde o primeiro programa foi lançado em 10 de outubro de 2019.
A Associação Construção (ACON), foi formalmente constituída em 2014 dentro de um serviço que integra a Rede de Atenção Psicossocial da Secretaria Municipal de Saúde chamado Geração PoA. Nossa Gestão é horizontal, ou seja, tudo é discutido e decidido coletivamente de forma que todos os associados se apropriem e participem das demandas do empreendimento. A estrutura se dá através de Coordenações (Geral, Produção, Artes, Comunicação e Finanças). Temos como bandeira, a Luta Antimanicomial, a busca do fortalecimento do nosso protagonismo dentro da sociedade e a valorização do nosso trabalho através da qualidade, criatividade de nossos produtos, pelas mensagens que comunicam e pela utilidade que possuem. Com o objetivo de sermos independentes e gerarmos nossa própria renda, aproveitando as experiências adquiridas nas oficinas e seguindo às Práticas de Economia Solidária. Participamos de dois editais e fomos contemplados pela FLD, o que nos oportunizou comprar equipamentos para sublimação e darmos início a um pequeno empreendimento que está sendo ampliado para a área de costura, unindo as duas atividades, sublimação e costura. No momento nossos produtos são canecas, camisetas, quadros, azulejos e impressão em tecidos. Apesar de não ser um produto artesanal, investimos em pesquisa dos temas que são trabalhados e buscamos desenvolver artes que transmitem os nossos valores, e também fazemos uso da releitura de algumas artes, encontradas na internet. Nossa Associação conta com o apoio da UFRGS e é campo para atuação de residentes. No que diz respeito ao Financeiro, os valores que entram são contabilizados e 60% é dividido entre os associados e 40% fica de reserva para pagamentos diversos, como condomínio, luz, compra de material, etc. Registramos as presenças em um caderno, onde no final do mês somamos, pegamos o valor total das entradas e dividimos pelo número total de presenças para encontrarmos o valor de uma Cota, que é o valor de 01 (uma) presença referente a aquele mês. Na sequência, este valor é multiplicado pelo número de presenças de cada um e, assim, a distribuição é feita. Foi a forma mais justa que encontramos para a partilha.
Desde o início, quando surgiu a ideia de formar uma associação, enfrentamos muitos desafios. Por exemplo, precisamos lidar com as limitações de cada associado (alcoolismo, tremores decorrentes de efeitos colaterais de medicamentos, etc.) Medicações prejudicam muito a coordenação de algumas pessoas. Temos caso de associado que luta contra o alcoolismo, outros com fobia social, esquizofrenia, autismo, depressão, e muitos foram os momentos em que tivemos que parar atividades para lidarmos com situações delicadas, mas em todas elas, conversar sobre, foi essencial para minimizar o problema. Isso tudo nos permitiu refletir sobre a necessidade da formalização do nosso Regimento Interno, e seguir algumas regras de convivência.
Desde o início, quando surgiu a ideia de formar uma associação, enfrentamos muitos desafios. Por exemplo, precisamos lidar com as limitações de cada associado (alcoolismo, tremores decorrentes de efeitos colaterais de medicamentos, etc.) Medicações prejudicam muito a coordenação de algumas pessoas. Temos caso de associado que luta contra o alcoolismo, outros com fobia social, esquizofrenia, autismo, depressão, e muitos foram os momentos em que tivemos que parar atividades para lidarmos com situações delicadas, mas em todas elas, conversar sobre, foi essencial para minimizar o problema. Isso tudo nos permitiu refletir sobre a necessidade da formalização do nosso Regimento Interno, e seguir algumas regras de convivência.
- Protagonismo: Os associados são os interessados e representantes de suas demandas e direitos.
- Inclusão Social: Cada associado se insere nas atividades com as quais se identifica
- Geração de Renda: a partir da criação, produção e comercialização, pelos próprios associados.
- Terapia Coletiva: encontros semanais de Ajuda Mútua e Atelier de Artes.
- Consciência Política, principalmente no que se refere aos Direitos Humanos, no tocante à Luta Antimanicomial: Há diálogo permanente sobre estes assuntos e enviamos representantes para conselhos, eventos e congressos.
- Lazer: realizamos passeios periódicos a museus, cinema, comemoração dos aniversários, passeios turísticos, etc.
- Capacitação: sempre que possível, buscamos nos atualizar no segmento da sublimação, que é a base da nossa produção. Buscamos também capacitação em comercialização, comunicação e o que mais se fizer necessário.
- Criação e formalização do Estatuto,
- Sede no prédio da Casa da Economia Solidária, foi uma vitória, pois nossa associação com certeza não seria tão bem aceita em outro espaço!
- Tese da Psicóloga Carolina Seibel Chassot: “A produção de autonomia e cidadania em saúde mental: problematizações e construções possíveis a partir de uma pesquisa em associação”
- Registro em Cartório, eleições, CNPJ, conta no banco.
- 1º Projeto Edital FLD oportunizou compra das prensas e impressora. Curso de sublimação.
- Início do atelier de artes. Ajuda-mútua com a chegada das residentes.
- 2º Projeto Edital FLD oportunizou a compra de Máquinas de costura, Máquina de Cartão, Máquina de fazer flores de tecido Fit Laser, Insumos, Honorários da Contadora. - Parcerias para vendas no Teatro São Pedro, Cinemateca Capitólio e outros já descritos
- Rede Sociais Facebook, Instagram e estamos também inseridos na Plataforma de Financiamento Coletivo Apoia.se
Passamos a produzir para eventos temáticos e também sob encomenda, ampliando nosso público. Temos conseguido participar de feiras maiores com duração contínua de 5 dias, nos revezando e fazendo parceria de escalas com companheiros(as) de outros empreendimentos solidários; visitas e trocas de conhecimentos com outras associações sempre nos estimulam, assim como encontros e debates em defesa de direitos e no compartilhar de experiências. Divulgação em redes sociais, aumentam nosso alcance e visibilidade. Em breve teremos que buscar uma sala maior, devido a aquisição dos novos equipamentos, computador, máquinas de costura, etc. Adequação fiscal com o apoio de uma contadora que nos dá suporte nos moldes da economia solidária, o que muito nos tem ajudado pela forma humana e valores que estão dentro das nossas possibilidades, e seguimos ampliando nossas perspectivas, apesar do momento político que vivemos, pois a nossa relação com a nossa rede, não se limita às questões financeiras, ela visa o coletivo e assim se torna mais comprometida, com o olhar de reciprocidade. Não é fácil, é um processo de construção consciente, pois sabemos que a relação capitalista nos adoece, e é esta doença que pretendemos vencer!
