- Campo do Saber
- Campo de Prática
- Público Alvo
Nesse trabalho tenho a oportunidade de produzir sentidos, reinventar. Me moldo o tempo todo com uma prática intensa e profunda. De intervenções, buscas, prazer, envolvimento e impotências. Sentimentos e sensações que alternam em mim a cada momento do cuidado. É um trabalho que problematiza meus saberes, que me leva a conhecer diferentes linhas e possibilidades de pensar e agir. É algo novo e único que só se cria com o vínculo. Que inclusive é fantástico na relação com o outro. Gera vida!
É um serviço localizado no extremo da cidade, na Zona Oeste, geograficamente distante das grandes concentrações de pontos de arte e cultura. Assim como um local de difícil deslocamento para os centros da cidade. Um serviço Caps do tipo II que é cercado por unidades de saúde, sendo cliníca da família e policlínica. Para além de comércios locais, residências, praças. As articulações e parcerias no território ocorrem com os mesmos, assim como o centro de convivência que se localiza próximo. Mas também com outros pontos de arte e cultura da zona oeste junto a outros serviços de saúde mental.
O Ocuppa Praça é pensado por ser uma ocupação da cidade. Representar um ato, uma ação que é Ocupar, Existir, Compartilhar. O Ocuppa é só ocorre porque os pacientes se organizam ou se movimentam para isso. Porque a padaria ao lado do Caps é frequentada pelos pacientes, a clinica e a policlínica também. Assim como o restaurante e o jornaleiro fazem parte disso. Estar no território ocupando não é algo simples. Mas que mobiliza o comércio nas vendas, os profissionais de saúde no consumo, a comunidade que frequenta e dança junto porque contamos com um DJ. E a ocupação acontece.
Este trabalho acontece totalmente fora do serviço e na praça. As parcerias são com as padarias, o DJ, oficina de culinária, de customização, bijuterias e o bazar do Caps, apresentações de artistas de fora convidados como os artistas de rua, grupos de dança do centro esportivo próximo e do centro de convivência, assim como das idosas do grupo de caminhada da clínica da família. Contamos com outras unidades de saúde mental da zona oeste que levam seus trabalhos.
Discorrer sobre a invenção de possíveis espaços de controle/participação social em um Centro de Atenção Psicossocial.
No estudo foi utilizado um diário de campo para descrição do espaço coletivo OcuPPa Praça. Se debruçando a construção de um lugar de ocupação e estar na Praça, pelos usuários e profissionais do serviço.
O OcuPPa Praça surge a partir das convivências e oficinas durante as sextas-feiras. Encontros que promoviam conexões, inventos e provocações à produção coletiva do cuidado em peças teatrais, performances, varandas de poesias, rodas de samba, oficinas de culinária, apresentação de músicos locais que ampliavam os cenários, e promoviam andanças no território. A praça em meio a serviços como clínicas da família, policlínicas, padaria, jornaleiros, bares, restaurantes, residências, salões de beleza tornou-se estratégico, e o principal lugar de encontro de tantos (des)afetos.