Escola Politecnica Joaquim Venâncio / Fiocruz

Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial

Entre cenários, vidas e invenções: o Ocuppa Praça

Eu quase não sei. Mas desconfio de muita coisa.
Rio de Janeiro - RJ
  • Campo do Saber
  • Campo de Prática
  • Público Alvo
Autores: 
Laís Macedo Angelo e Jackson Machado
lais.angelo@hotmail.com
Instituições vinculadas: 
Caps II Pedro Pellegrino
Resumo afetivo: 

Nesse trabalho tenho a oportunidade de produzir sentidos, reinventar. Me moldo o tempo todo com uma prática intensa e profunda. De intervenções, buscas, prazer, envolvimento e impotências. Sentimentos e sensações que alternam em mim a cada momento do cuidado. É um trabalho que problematiza meus saberes, que me leva a conhecer diferentes linhas e possibilidades de pensar e agir. É algo novo e único que só se cria com o vínculo. Que inclusive é fantástico na relação com o outro. Gera vida!

Contexto: 

 É um serviço localizado no extremo da cidade, na Zona Oeste, geograficamente distante das grandes concentrações de pontos de arte e cultura. Assim como um local de difícil deslocamento para os centros da cidade. Um serviço Caps do tipo II que é cercado por unidades de saúde, sendo cliníca da família e policlínica. Para além de comércios locais, residências, praças. As articulações e parcerias no território ocorrem com os mesmos, assim como o centro de convivência que se localiza próximo. Mas também com outros pontos de arte e cultura da zona oeste junto a outros serviços de saúde mental.

Motivações: 

O Ocuppa Praça é pensado por ser uma ocupação da cidade. Representar um ato, uma ação que é Ocupar, Existir, Compartilhar. O Ocuppa é só ocorre porque os pacientes se organizam ou se movimentam para isso. Porque a padaria ao lado do Caps é frequentada pelos pacientes, a clinica e a policlínica também. Assim como o restaurante e o jornaleiro fazem parte disso. Estar no território ocupando não é algo simples. Mas que mobiliza o comércio nas vendas, os profissionais de saúde no consumo, a comunidade que frequenta e dança junto porque contamos com um DJ. E a ocupação acontece.

Parcerias: 

Este trabalho acontece totalmente fora do serviço e na praça. As parcerias são com as padarias, o DJ, oficina de culinária, de customização, bijuterias e o bazar do Caps, apresentações de artistas de fora convidados como os artistas de rua, grupos de dança do centro esportivo próximo e do centro de convivência, assim como das idosas do grupo de caminhada da clínica da família. Contamos com outras unidades de saúde mental da zona oeste que levam seus trabalhos.

Objetivo: 

Discorrer sobre a invenção de possíveis espaços de controle/participação social em um Centro de Atenção Psicossocial.

Passo a passo: 

 No estudo foi utilizado um diário de campo para descrição do espaço coletivo OcuPPa Praça. Se debruçando a construção de um lugar de ocupação e estar na Praça, pelos usuários e profissionais do serviço.

Efeitos e resultados: 

O OcuPPa Praça surge a partir das convivências e oficinas durante as sextas-feiras. Encontros que promoviam conexões, inventos e provocações à produção coletiva do cuidado em peças teatrais, performances, varandas de poesias, rodas de samba, oficinas de culinária, apresentação de músicos locais que ampliavam os cenários, e promoviam andanças no território. A praça em meio a serviços como clínicas da família, policlínicas, padaria, jornaleiros, bares, restaurantes, residências, salões de beleza tornou-se estratégico, e o principal lugar de encontro de tantos (des)afetos.