- Campo do Saber
- Campo de Prática
- Público Alvo
O Adolescentro é uma Unidade de Saúde Mental de referência no Distrito Federal e que se diferenciou historicamente pela abordagem biopsicossocial de sua clientela. Acolhe e trata o adolescente em família, dentro de uma perspectiva sistêmica complexa, o que significa considerá-los como parte de um sistema social integrado.
O presente trabalho foi fruto da necessidade de implementação de técnicas de abordagem integrativa que convidasse à ampliação da abordagem biopsicossocial, abarcando o aspecto da vitalidade humana como meio eficiente de alteração da frequência vibracional, o que altera positivamente o padrão de pensamentos, emoções do comportamento humano.
O ambulatório de Reiki é parte de Projeto para fomento da inserção e fortalecimento de Boas Práticas na Saúde Mental implantado em maio de 2017 e que desenvolve atendimentos e ações junto às instituições e público alvo do Serviço.
Trabalhar com tecnologias leves, que atuam na promoção, prevenção e reabilitação em saúde se constitui grande realização pessoal e profissional. As dificuldades foram, quando percebidas, desafios impulsionadores e motivaram uma maior aproximação entre o profissional, a clientela atendida e demais colegas de equipe do Serviço.
Historicamente, a realidade sutil do ser humano, enquanto ser atômico, constituído de dimensões como energia, Alma, mente e emoções interpenetradas num corpo físico era algo bastante desconhecido e algumas vezes associada a misticismos ou crenças religiosas.
O desconhecimento desses conceitos na construção do conhecimento científico se estendeu às instituições e a seus atendimentos, reforçando a abordagem e tratamento centrados no sintoma, seja físico ou comportamental.
Assim, se o Projeto não é bem implantado e sustentado no Serviço, corre-se o risco de ser finalizado ou não apoiado/compreendido; ficando totalmente fora dos processos de trabalho.
Assim, o contexto social convida àquele que trabalha com a abordagem integral a repetir e repetir sempre sobre os fundamentos da sua prática profissional, tornando-se um educador em saúde, aproveitando espaços como este da FIOCRUZ e em apresentações variadas de dados, em sensibilizações a cada nova entrada de colegas no Serviço e etc.
Poderia ser cansativo, mas é parte do contexto social/institucional onde historicamente se desenvolveu a forma de tratar doenças e não individualidades.
No Distrito Federal essas ferramentas terapêuticas estão descritas na Política Distrital de Práticas Integrativas/PDPIS-2014), consequência de cerca de três décadas de trabalho no SUS-DF.
O Reiki é uma terapia vitalista de origem japonesa que direciona o fluxo vital de forma a reequilibrá-lo. Ao fazê-lo, revitaliza e convida os usuários à mudança de padrões comportamentais antigos. Reequilibrando a base energética produz impactos positivos nas manifestações físicas e emocionais somatizadas pela mente.
É realmente eficiente, produzindo bem-estar e alívio de dores emocionais e físicas.
Vejo que tudo é uma questão de tempo de construção do trabalho, compromisso e dedicação e principalmente de intenção real e direcionada a contribuir com os que ali buscam atendimento e alívio dos mais variados sofrimentos.
Não me sinto com inquietações no Serviço, só tenho a agradecer pelo crescente entendimento dos colegas e das chefias; compreensão de que os atendimentos são parte da oferta Instituição e direito do usuário, consolidado pela PDPIS.
Recentemente apoiei um aluno numa segunda pesquisa sobre os impactos da prática de Hatha Yoga na qualidade de vida dos praticantes. Trabalho em elaboração. A primeira pesquisa foi realizada em outro cenário com a mesma Prática.
Vejo que as pesquisas ajudam no fortalecimento dos atendimentos na Rede e no consequente acesso à saúde e bem-estar da população.
O Adolescentro, que é um Centro de referência, pesquisa, capacitação e atendimento ao adolescente e família, subordinado à Diretoria de Saúde Mental da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal/SES-DF.
O trabalho desenvolvido pelo Adolescentro atualmente envolve quatro eixos temáticos:
- Assistência ao adolescente em família em atendimentos individuais e grupais realizados por equipe composta pelas áreas de Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia ocupacional, Nutrição, Ginecologia, Neuropediatria, Odontologia, Pediatria, Assistência social, Homeopatia, Psicologia, Psiquiatria, Administrativa e em Residência multiprofissional.
- Integração com as demais redes de cuidado, assistência e proteção ao adolescente no Distrito Federal.
- Realização e apoio a pesquisas na atenção biopsicossocial ao adolescente em família.
- Ações de Educação Permanente: oferta de campo de formação, residência profissional e capacitações multiprofissionais.
Propostas e apoiadores do desenvolvimento Projeto no Serviço:
- Gerência do Adolescentro: Ana Paula dos Reis Tuyama- Médica pediatra.
- Supervisão de Serviços de Atenção Secundária: Graciele Pollyanna Mertens Carvalho- Enfermeira.
- Projeto Caminho- Hatha Yoga no Adolescentro. Apresentação e implantação no Serviço em outubro de 2015. Cecília Gomes Vianna. Médica ginecologista infanto- puberal.
- Diretoria de Serviços de Saúde Mental – DISSAM/SES-DF.
- Gerência de Práticas Integrativas em Saúde- GERPIS/SES-DF.
- Projeto Bem Viver – Nutrição saudável no contexto da saúde mental. Participação para orientação e treino de respiração/ansiolítica de Yoga e disponibilidade de agendamento de Reiki para adolescentes. Profissionais responsáveis pelo Projeto: Renata Coutinho (nutricionista) e Ana Cristina Ferreira dos Reis Almeida (fisioterapeuta).
- Projeto para Psicoterapia em grupo:
- Sabiá: inclusão regular do treino e indicação de técnica respiratória de Yoga e agendamento de Reiki para adolescentes.
- Bem Te Vi: inclusão regular do treino e indicação de técnica respiratória de Yoga e disponibilidade de agendamento de Reiki para adolescentes.
- Beija- Flor: inclusão regular do treino e indicação de técnica respiratória de Yoga e disponibilidade de agendamento de Reiki para responsáveis/pais/familiares dos adolescentes. Profissionais responsáveis pelas propostas de Psicoterapia do Sabía, Bem Te Vi e Beija-Flor: Ana Carolina Bessa Linhares (psicóloga), Adriana Andrade D’Ajuz (psicóloga) e Bibiana Coelho Monteiro (enfermeira). - Projeto Interação - Apoio multiprofissional a pais/responsáveis e adolescentes com espectro autista. Participação para treino e indicação de técnica respiratória de Yoga para pais com essa clientela. Profissionais responsáveis: Ana Cristina Ferreira dos Reis Almeida (fisioterapeuta), Ana Miriam Garcia Barbosa (assistente social), Benhur Machado Cardoso (odontólogo), Caroline Ramaldes Vaz da Costa ( psicóloga) , Gersilene Lopes dos Santos ( enfermeira), Jacqueline de Almeida Freitas (neuropediatra), Lídia Isabel Barros dos Santos ( terapeuta ocupacional) e Tatiana Leonel da Silva Costa ( fonoaudióloga).
- Subsecretaria do Sistema Socieducativo/SUBSIS/SECRIA - DF: realizado o Treinamento para manejo de estados de sofrimento mental, ocorrido no período de agosto a dezembro de 2017, contemplando 09 Unidades da SUBSIS, onde foram habilitados 10 instrutores de respiração para condução de atendimentos individuais e grupais nas Unidades do Sistema Socioeducativo do DF.
- Associação de Amigos do Adolescentro.
- Referenciar as Unidades de Saúde Mental para implementação e/ou reativação de atendimentos de abordagem integrativa em Saúde Mental.
- Contribuir para a ampliação e difusão da compreensão da saúde mental enquanto meio de tratamento que abarca a interrelação entre energia X mente X Alma X físico.
- Estimular o autocuidado e a autonomia dos usuários e servidores do Serviço e de Unidades da Saúde Mental através de ferramentas terapêuticas que fomentam os mecanismos naturais de autocura humana.
- Referenciar campo para pesquisa multiprofissional no âmbito da Saúde Mental.
- Implantação e sustentação do Projeto.
- Elaboração escrita do Projeto inicial e apresentação à equipe do Serviço. A cada nova ação integrada ao Projeto, ocorre nova apresentação à equipe multiprofissional do Serviço.
- Envio dos projetos às autoridades e unidades/setores relacionados da SES-DF e SECRIA-DF. Objetivo: solidificar a institucionalização da proposta para o desenvolvimento das próximas e simultâneas etapas de implementação do Projeto.
- Disponibilização e discriminação de horários em agendas para atendimentos individuais de Reiki e outras ações relativas ao projeto (respiração para familiares e adolescentes, grupos de Hatha Yoga e demais ações descritas anteriormente).
- Participação ativa em reuniões de equipe para introjeção do conceito e compreensão da abordagem em saúde integrativa no Serviço. Objetivo: inserção das terapêuticas nos processos de trabalho e entendimento do seu impacto na saúde, como parte do plano terapêutico da família.
- Participação em congressos, eventos e trabalhos (como este) de forma pontual, medindo-se sempre a relevância destes como instrumentos de difusão de saúde na sociedade.
- Não faltar ao compromisso assumido com a clientela, o que significa não interromper atividades e atendimentos sem aviso prévio ou que o justifiquem. Objetivo: manutenção da credibilidade do trabalho e do efeito terapêutico. O que realmente sustenta o funcionamento de um projeto é de fato ele existir, ou seja, o trabalho dia após dia do Serviço.
- Evoluir cada paciente no sistema oficial/prontuário eletrônico ou físico, citando também os relatos de avanços na saúde da clientela. No DF, fizemos contato com o setor que insere os números de procedimentos dos atendimentos no sistema oficial/prontuários eletrônicos, o que significa que os demais profissionais da Rede têm acesso a descrição de atendimentos de Yoga, Reiki, dentre outras terapêuticas. a ação fortalece a inclusão e reconhecimento desses procedimentos de saúde como parte de todos os demais descritos no SUS-DF(consultas, grupos, Yoga, procedimentos cirúrgicos, sessão de Reiki e etc)
- Apresentação à equipe do Serviço, geralmente no início do ano: breve avaliação do ano anterior, dados estatísticos (também enviados mensalmente à Gerência de Práticas Integrativas/SES) e planejamento para o ano vigente.
Em relação ao ambulatório de Reiki, ação descrita no título desse relato, no último ano (2019) foram registrados os seguintes números de atendimentos (sendo mais de 50% dos atendimentos para adolescentes e os demais servidores e familiares de adolescentes):
Janeiro: 79 sessões.
Fevereiro: 79 sessões.
Março:79 sessões.
Abril: 72 sessões.
Maio: 26 sessões - período de férias do profissional.
Junho: 79 sessões.
Julho: 62 sessões.
Agosto: 62 sessões.
Setembro: 71 sessões.
Outubro: 15 sessões- período de férias do profissional.
Novembro: 69 sessões.
Dezembro: 75 sessões.
Total de sessões de Reiki: 771.
Evidências científicas na área.
BARROS, Karine Beserra. O Hatha Yoga como Instrumento potencializador da qualidade de vida. Pesquisa realizada com 54 usuários de seis grupos de Hatha Yoga da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal/SES-DF no período de maio a outubro de 2015. Escola Superior de Ciências da Saúde/ESCS/FEPECS. Brasília. 2015.
BARROS, Nelson Filice de et al . Yoga e promoção da saúde. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro , v. 19, n. 4, abr. 2014 . BERNARDI, Marina Lima Daleprane. et al. Efeitos da intervenção HathaYoga nos níveis de estresse e ansiedade em mulheres mastectomizadas. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 12, p. 3621-3632, 2013. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141381232013001200018&script=sci_ar... Acesso em 19/03/2015.
COELHO, Cristina Martins. et al. Função ventilatória em mulheres praticantes de Hatha Ioga. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Santa Catarina, v. 13, n.4,279-284, 2011.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcdh/v13n4/06.pdf. Acesso em: 19/03/2015. _____. Qualidade de vida em mulheres praticantes de Hatha Ioga. Motriz: Revista de Educação Física, Rio Claro, v. 17 n. 1, p. 33-38, jan./mar. 2011. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/motriz/v17n1/a05v17n1.pdf> Acesso em 01/03/2015.
HADI, N.; HADI, N. Effects of Hatha Yoga on well-being in healthy adults in Shiraz, Islamic Republic of Iran. Eastern Mediterranean Health Journal, Alexandria, v. 13, n. 4, p. 829-837, 2007.
MONESI, Ricardo Julião de Oliveira. Efeitos da prática do Reiki sobre aspectos psicofisiológicos e de qualidade de vida de idosos com sintomas de estresse. Dissertação de Doutorado – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2013.
SALOMÉ, Geraldo Magela. Sentimentos vivenciados pelos profissionais de Enfermagem que atuam em uma Unidade de Terapia Intensiva na sessão de Reiki. In: 6º Congresso de Qualidade para Serviços Hospitalares – Qualihosp, 2003, São Paulo. Anais. Rio de Janeiro: 2003. P. 127.
SOUZA, Ludymila (Samar). O Reiki como coadjuvante no tratamento de crianças hospitalizadas. Monografia para obtenção do título de graduação em Fisioterapia – União Metropolitana de Educação e Cultura. Salvador: 2007.
Alguns relatos de adolescentes, seus pais e servidora da Unidade:
- ‘ Eu fiquei tão feliz, tô tão feliz”. Saiu saltitando da sala após a sessão. Adolescente com transtorno espectro autista. A mãe diz: “ Ele fica no meu pé para eu não perder essa consulta. Ele adora.”
- “Caraca! Eu não sei o que é isso, mas cara...eu fico tão bem depois.” Adolescente com relato de ansiedade e depressão. Pediu para agendar para a mãe.
- “ Eu estou bem melhor. Tô de boa agora”. Adolescente com relato de depressão.
- A mãe na última sessão disse “ ela estava na casa do pai, quis voltar antes de lá para não perder a consulta. Ela não perde!”
- Relato de um servidor: “Ah, graças a Deus que eu tenho Reiki hoje. Tô precisando tanto disso hoje!
*Demais relatos estão em prontuários eletrônicos da Rede.
