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A Casa do Samba de Roda de Dona Dalva, Ponto de Cultura e Memória atua com a finalidade de fomento e conscientização da importância em preservar atividades comunitárias e espaços compostos por sambadores. As atividades executadas são baseadas no trabalho de educação comunitária envolvendo Educação Patrimonial, incluindo oficinas de Samba de Roda (História, performance, percussão, viola e violão), apresentações e ensaios abertos a comunidade e exposições fotográfica.
Doutora do Samba pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia–UFRB, Dona Dalva Damiana é uma ilustre personalidade. Fundadora do Samba de Roda Suerdieck e Samba de Roda Mirim Flor do Dia, é cantora, compositora, sambadeira, irmã da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e realizadora de ações culturais em Cachoeira, como Quadrilha Junina da Terceira Idade Quanto mais Velho Melhor, Terno de Reis Esperança da Paz e Terno das Baianas do Acarajé. Por sua atuação recebeu títulos, homenagens e resultados imprescindíveis para o patrimônio cultural baiano, dos quais está os reconhecimentos do Samba de Roda do Recôncavo da Bahia como Patrimônio Cultural e Imaterial pelo IPHAN (2004), Obra Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO (2005) e Patrimônio Imaterial da Bahia (2020). Possuidora de um vasto repertório musical do Samba de Roda e das tradições do candomblé, atualmente Dona Dalva é aposentada como operária charuteira e se dedica aos trabalhos no seu espaço de preservação de memória denominado “Casa do Samba de Roda de D. Dalva”.
A Casa do Samba de Roda de Dona Dalva é um Ponto de Cultura que abriga grupos culturais em variadas categorias. Atua com a finalidade de fomento e conscientização da importância em preservar atividades comunitárias e espaços compostos por sambadores. As atividades promovidas são baseadas no trabalho de educação comunitária incluindo oficinas de Samba de Roda (História, performance, percussão, viola e violão), ensaios abertos para a comunidade e exposições fotográfica. O trabalho possui como referência ações culturais comunitárias lideradas e desenvolvidas por Doutora Dalva Damiana, dentre as quais estão o Terno de Reis Esperança da Paz (Desde 1977), Terno das Baianas do Acarajé (Atuante desde 1973), Samba de Roda Suerdieck (atuante desde 1958), Samba de Roda Mirim Flor do Dia (Desde 1980), Quadrilha Junina da Terceira Idade – Quanto mais velho melhor, dentre outras ações que ganharam suporte após a abertura da Casa do Samba de Dona Dalva (2009).
A Casa do Samba de Roda de Dona Dalva foi selecionada no programa Pontos de Memória do (Instituto Brasileiro de Museus, 2012), Ponto de Cultura (Secretaria de Cultura da Bahia, 2014) e Prêmio Funarte de Arte Negra (Fundação Nacional de Arte, 2012). Além destes, a Casa tem desempenhado ações resultantes de um longo processo de política cultural comunitária.
Participam no Ponto de Cultura, Mestres, sambadores aprendizes, pesquisadores e apoiadores, no qual faz-se referência a Doutora Honoris Causa Dalva Damiana de Freitas, sambadeira e integrante da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, com investimento de vida para a preservação da cultura popular de Cachoeira. O espaço cultural possui a gerência da Associação Cultural do Samba de Roda Dalva Damiana de Freitas, entidade propositora e solicitante do registro do Samba de Roda da Bahia ao IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A manifestação Samba de Roda do Recôncavo da Bahia é inscrita no Livro das Formas de Expressão e foi reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil (IPHAN-2004), em 2005 foi proclamado “Obra-Prima e Patrimônio Imaterial da Humanidade” pela UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura e em março 2020 foi registrado pelo governo da Bahia como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado obtendo o reconhecimento da manifestação musical no Livro de Registro Especial das Expressões Lúdicas e Artísticas.
A Casa do Samba de Roda de Dona Dalva enquanto Ponto de Cultura vem promovendo a continuidade de ações conforme método peculiar de organização, produção, transmissão e difusão de expressões culturais comunitárias lideradas por Doutora Dalva Damiana de Freitas.
A Casa do Samba de Roda de Dona Dalva foi inaugurada em 2009 para abrigar iniciativas do Samba de Roda Suerdieck e Samba de Roda Mirim Flor do Dia e demais ações culturais, já realizadas desde o ano de 1958. Desta forma, surge um espaço para manutenção e ampliação de ações do patrimônio cultural cachoeirano. A Casa do Samba é um espaço de valorização e reconhecimento de um longo trabalho desenvolvido e representativo de Cachoeira em eventos no território baiano e brasileiro.
Cachoeira é uma cidade histórica, em 1941 teve o seu conjunto arquitetônico e paisagístico reconhecido como Monumento Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O Samba de Roda é um bem que compõe o cenário cultural da cidade. Manter o Samba de Roda Suerdieck e atualmente a Casa do Samba de Roda de D. Dalva junto com as manifestações culturais que compõem o espaço, sempre foi desafiador. A participação em programas e políticas públicas para a cultura acontece a partir do ano de 2003, se mantendo tal atuação até os atuais, comprometendo-se em multiplicar as experiências para sambadores e participantes das culturas populares.
Manter o projeto da Casa do Samba é resistir frente a décadas de exclusão e desvalorização. A Casa do Samba através de mestras e mestres e dos seus participantes contribui constantemente com pesquisas acadêmicas, oferece cursos e oficinas educativas e promove eventos, inclusive religiosos, além de manter um acervo cultural constante de fotografias, indumentárias de baianas, instrumentos, adereços de Orixás, dentre outras peças com significados culturais.
O nosso público alvo é constituído por sambadores, sambadeiras, artistas da cultura popular, moradores de Cachoeira e cidades vizinhas. Além destes inclui ainda visitantes nacionais e estrangeiros, pesquisadores, estudantes e professores da rede pública e privada.
As ações da Casa do Samba de Dona Dalva possuem a parceria de pessoas colaboradoras, bem como do Laboratório de Etnomusicologia, Antropologia e Audiovisial-LEAA Recôncavo.
- O objetivo da Casa do Samba de Roda de Dona Dalva é assegurar e manter os valores culturais do Samba de Roda do Recôncavo;
- Contribuir com a política cultural e comunitária na cidade, a partir do incentivo e desenvolvimento de programas e ações culturais e de educação patrimonial;
- Valorizar as pessoas e suas respectivas contribuições na Casa do Samba de Roda de D. Dalva, com foco na personalidade de mestres e mestras, referenciando-os e desenvolvendo ações que venham contribuir com registros e referências para as novas gerações e para a cultura popular.
A Casa do Samba de Roda de Dona Dalva é gerida por sambadores provenientes do Samba de Roda Mirim Flor do Dia e Samba de Roda Suerdieck, e considera o método dos participantes internos para a condução do trabalho. Doutora Dalva Damiana, 93, é a nossa mestra e orientadora, os seus conhecimentos e iniciativas norteiam a proposta da Casa. A equipe da Casa do Samba gerencia as ações e continuamente busca capacitação em gestão, elaboração e execução de projetos para condução de programas e projetos considerando as práticas de sambadeiras e sambadores.
As ações do espaço são planejadas e geridas por sambadores mediante dois formatos que envolvem produção e viabilização própria dos integrantes da Casa do Samba, e submissão de projeto em editais públicos de cultura através dos governos federal, estadual e municipal. Os dois formatos possuem foco na autonomia, salvaguarda e fortalecimento das produções próprias dos sambadores com fins para a autossustentabilidade.
A Casa do Samba de Roda de D. Dalva é um espaço referência na salvaguarda do Samba de Roda do Recôncavo da Bahia. Dentre as ações desenvolvidas aqui citamos a importância do Samba e Roda Mirim Flor do Dia. O grupo infanto-juvenil foi constituído em 1980, fundado por Dona Dalva Damiana, atualmente é organizado por Mestra Ana Olga. É o primeiro grupo de Samba de Roda com crianças e adolescentes, organizado para ações de formação e aprendizado do universo do Samba de Roda pautado em cantos, formas específicas de toques de cada instrumento, peculiaridades do sambar “miudinho”, além de outros ensinamentos. O empenho destinado às suas atividades em sua fase inicial ocorria através da organização de Dona Dalva Damiana e dos seus familiares juntamente com a comunidade, que viabilizava tecidos, adereços e a confecção das indumentárias para as crianças, bem como lanches durante os ensaios, reuniões e festejos, além da aquisição e confecção dos instrumentos. O trabalho desenvolvido através do Samba de Roda Mirim Flor do Dia, se perpetuou com o estímulo e formação de novos sambadores que vieram a integrar e/ou produzir grupos musicais de sambas, pagodes, samba-reggae e grupos de percussão afro, na cidade de Cachoeira até os dias atuais. O Samba de Roda Mirim é uma atividade desenvolvida através de mestres e mestras, sua atuação é fundamental e impulsionadora para uma ação de salvaguarda em continuidade e êxito.
Atualmente o trabalho é desenvolvido na Casa do Samba de Roda de D. Dalva. Em 2006, o ex-tocador do Samba de Roda Mirim Flor do Dia e participante de projetos socioculturais do LEAA-Recôncavo, Leonilson dos Santos, representou o Brasil como embaixador mundial da Juventude nos Estados Unidos, Califórnia, participando de cursos de artes digitais juntamente com outros adolescentes de diferentes países, a partir do projeto Young Digital Creators (DigiArts UNESCO).