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A Política Nacional de Educação Popular no SUS foi instituída pelo Ministério da Saúde em 2013 e foi fruto da luta do Movimento de Educação Popular em Saúde que reivindicava a adoção desta política como diretriz para a educação em saúde no SUS. O curso teve como objetivo, viabilizar a implantação desta política em nível nacional e foi uma construção coletiva que contou com 90 participantes. O curso foi viabilizado graças ao esforço e o sonho compartilhado de equipes estaduais, nacional, de educadores, educandos, apoiadores e os parceiros locais e foi o maior projeto da Educação Popular em Saúde ocorrido no Brasil em escala e em profundidade. O curso teve como participantes: 70% Agente Comunitário de Saúde e Agente de Vigilância em Saúde, além de Lideranças comunitárias e integrantes de movimentos sociais e outros trabalhadores do SUS. O curso teve a certificação de aproximadamente 10.000 educandos e contou com cerca de 600 educadores em 15 estados da Federação. A vibração constante dos participantes foi o alento de todos.
O EdpopSUS 2 foi pactuado durante o ano de 2015, porém, diante da turbulenta realidade política vivenciada, sua implementação não estava garantida. Foi necessário um imenso esforço tanto para torná-lo realidade como para organizar, desenvolver e participar dessa experiência.
Este foi um curso de aperfeiçoamento em Educação Popular, desenvolvido em 15 estados do Brasil. Como dito anteriormente, o curso teve como objetivo, viabilizar a implantação desta política em nível nacional. Os eixos temáticos foram: A construção da gestão participativa do curso e a experiência como fio condutor do processo educativo; A Educação Popular em Saúde no processo de trabalho em saúde; O Direito à Saúde e a Promoção da Equidade; Território, lugar de História e Memória; Participação Social e Participação Popular no processo de democratização do Estado; O território, o processo de saúde-doença e as práticas de cuidado.
O O Edpopsus foi promovido pela Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) do Ministério da Saúde e coordenado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), com a parceria de Secretarias de Saúde Estaduais dos Estados participantes, Sindicatos de Trabalhadores da Saúde, Universidades e Escolas Técnicas. Os educandos foram sobretudo agentes de saúde, sendo 70% das vagas reservadas para estes trabalhadores e o restante das 30% das vagas para lideranças comunitárias e de movimentos sociais e outros trabalhadores da saúde.
O objetivo do curso foi o de contribuir com a implantação da Política Nacional de Educação Popular no SUS, qualificando a prática educativa de profissionais e lideranças comunitárias que atuam em territórios com cobertura da atenção básica do SUS.
O curso foi totalmente presencial, com 160 horas de aula, sendo 136 horas desenvolvidas por meio de 17 encontros de 8 horas semanais e 24 horas por meio de trabalhos de campo. Os Encontros eram iniciados a partir da experiência dos educandos trazida pelos trabalhos de campo.
Um dos grandes desafios foi a construção de um curso nacional que desse conta da diversidade de realidades, expectativas e culturas locais. Este desafio foi viabilizado pela flexibilidade presente na orientação metodológico e no fato de ter a realidade dos educandos como referência durante todo o curso. O curso logrou a abertura de novos horizontes e olhares para a diversidade: a grande maioria das turmas do EdpopSUS teve a possibilidade de conhecer outros povos e culturas, e expressões artísticas e culturais presente em poesias, cordéis, apresentação de teatro, músicas, cortejos, rodas. Os educadores e educandos afirmaram ter havido a construção de um novo olhar para o cuidado no território, com reconhecimento dos saberes populares e das práticas integrativas. Os participanates mencionaram transformação pessoal nas suas concepções e práticas e uma postura mais critica frente à realidade, novas formas de conceber e atuar no mundo: fortalecimento do movimento dos agentes de saúde, participação em Conferências de Saúde e em Conselhos Municipais; Associações de Moradores. A abordagem da educação popular em saúde aliada à visão e à prática de atenção básica dos profissionais - principalmente ACSs e ACEs, possibilitou a melhoria da atuação profissional e da interface serviço/comunidade.